domingo, 2 de janeiro de 2011

Dia 10/12/2010 – Sexta-feira / BANZEIRANDO – Uma Jornada Teatral pelos Rios da Amazônia / Diário de bordo e terra


Dia clareou e já estávamos em viagem, outra longa perna de navegação até Novo Aripuanã. Dia 10 de Dezembro, dia do Palhaço. Ríamos muito durante o trajeto, de tudo, parecíamos aquele público nas apresentações de circo, dos filmes sobre circo, do Chaplin e do Fellini, tamanha alegria de banzeirar por estas águas.
Chagamos lá pelas 16h na cidade que fica no Rio Aripuanã, que tem sua nascente no Estado do Mato Grosso. Chicão e demais integrantes d’O Imaginário descem primeiro para produzirem as apresentações. No final da tarde saio pra dar uma caminhada em terra, conhecer a cidade, logo chego à praça central e ouço bem alto num sistema de som o nome Banzeirando. Vou na direção do som e chego na quadra de concreto com arquibancadas cheias de torcedores, junto ao prédio da Prefeitura Municipal. Vejo que esta ocorrendo um jogo de futebol feminino e ouço novamente o narrador do jogo divulgar apresentações do Projeto nos dias 11 e 12 às 19h na praça central. Observando melhor o público do jogo encontro Chicão Santos e Léo Carnevale curtindo o torneio. Já haviam tratado tudo com dois secretários do município que estavam ali no jogo. Tínhamos o apoio da Prefeitura para as apresentações. Foi uma recepção extraordinária, teremos no sábado e domingo carro de som divulgando o Projeto por toda cidade.
Saímos antes de o jogo terminar pra divulgar mais um pouco, Chicão entrava loja por loja pra entregar cartazes, convidando e pedindo divulgação aos clientes. Sempre funciona a divulgação boca a boca. Numa das lojas de miudezas e celulares encontramos o “Caco” um Mico Leão enfurecido com os estrangeiros. Caminhava pelo balcão de celulares gritando fininho como se protegesse ou oferecesse determinado celular. A dona disse que além de estranhar a gente ele protegia a caixa de bombons, sua guloseima preferida. Depois de não comprar os produtos ofertados da loja do “Caco”, fomos para uma esquina onde duas senhoras vendiam Tacacá, eu e Chicão tomamos um delicioso Tacacá enquanto falávamos do Banzeirando. Tacacá, pra quem não conhece, é um prato típico do norte do Brasil, a meu ver semelhante à sopa caseira do Rio Grande do Sul, mas sem macarrão. Consiste num caldo grosso de água, sal, goma (mingau) de mandioca, jambú, camarão seco e outros temperos e molhos conforme a preferência do gourmet. Jambú é uma planta que dentro do Tacacá se assemelha a couve da sopa gaúcha, mas este produz certa dormência na boca. Detalhe, ele é servido numa cuia e comido com um palito, em determinados locais se come com garfou ou colher o que para os mais tradicionais é uma ofensa. Deve-se comer bem quente com um palito e inclinando a cuia pra beber o caldo.
Amanhã começamos a apresentar na praça central rodeadas de comércios, serão duas por noite.

Vamo que vamo!!



Márcio Silveira dos Santos
Grupo Teatral Manjericão

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