sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dia 22/11/2010 – Segunda-Feira / BANZEIRANDO – Uma Jornada Teatral pelos Rios da Amazônia / Diário de bordo e terra

Salve, salve a todos os amigos e leitores destes relatos. Vou escrever, na medida do possível, sobre todos os dias desta Jornada Teatral. Desde já friso que muitos companheiros de viagem fazem seus relatos e que estarão disponíveis em blogs, sites, etc, e que estes obviamente terão o meu ponto de vista como pesquisador e curioso, sem perder a poesia e magia da região. Aquilo que capto no dia-a-dia desta barca cênica e da recepção por parte dos espectadores. Como sou de Porto Alegre/Rio Grande do Sul, terei um olhar estrangeiro do ambiente da Floresta Amazônica e pretendo socializar estas impressões e aventuras. Sejam bem vindos ao Projeto Banzeirando – Uma Jornada Teatral pelos Rios da Amazônia, de 22 de Novembro a 22 de Dezembro de 2010, de Porto Velho/Rondônia a Manaus/Amazonas. Projeto idealizado e produzido pelo Grupo O Imaginário de Porto Velho/Rondônia. Contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2010. Agradecemos desde já a FUNARTE – Fundação Nacional de Artes, o MINC – Ministério da Cultura e todas as localidades e cidadãos ribeirinhos pela hospitalidade e trocas.

É segunda-feira e aos poucos iniciamos a Jornada. Todos chegam ao barco Nossa Senhora Aparecida, no Porto Cai N’Água em Porto Velho/Rondônia/Brasil. A tripulação do barco do comandante José Ribeiro nos espera para o almoço de lançamento, cujo prato principal é peixe assado, um grande peixe dourado e um peixe cachorro, de tamanho médio. Entre conversas e gargalhadas vai chegando o pessoal convidado, artistas, produtores e amigos. São quase 14h e devoramos o manjar. Após a barriga cheia é possível prever que será uma jornada em regime de engorda! Chegaremos a Manaus dia 22 de Dezembro bem gordinhos. Após o almoço partimos para buscar as bagagens no hotel Guaporé e realizar as compras finais. Voltamos de van às 16h, correria danada para sair ainda com dia claro. Mas durante o deslocamento do hotel para o cais desaba uma chuvarada sem fim. Ficamos presos dentro da van esperando estiar um pouco. Alguns saltam da van com chuva e tudo. Preferem ficar numa área coberta, pois o calor dentro da van estava insuportável. Como havíamos chegado a Porto Velho dia 19, sexta-feira, constatamos que todos os dias ao entardecer chovia. Tanto que planejávamos fazer apresentação sábado numa Praça em Porto Velho e não foi possível.

Quando estiou a chuva saímos às pressas levando os materiais para o barco, protegendo com lonas e guarda-chuvas. Precisávamos cumprir a meta de sair ainda neste dia. Todos a bordo e partimos para a localidade de Cujubim Grande, Distrito do Município de Porto Velho.

A tripulação de artistas: Márcio Silveira, Anelise Camargo e Samir Jaime, do Grupo Teatral Manjericão, do Rio Grande do Sul; Chicão Santos, Sidnei Oliveira, Thallisson Lopes, Sidnei Dias, do Grupo O Imaginário de Porto Velho; Tancredo Silva, do Acre; Nivaldo Motta, do Amazonas; Léo Carnevale, do Rio de Janeiro; e o artista plástico e professor Claudio Vrena, de Porto Velho;

A tripulação do comandante: Comandante, dono do barco, Seu José Ribeiro e sua esposa Dona Branca; Vânia Ribeiro (cozinheira) e sua filha Jordana Ribeiro, neta do Comandante; Dona Luisa de Carvalho (cozinheira) e sua filha Pâmela de Carvalho; Marcelo Nunes (auxiliar de comando), os marinheiros de convés (faz tudo) seu Zé Teixeira, e o gaúcho Rogério Pena, mais conhecido como Pão de Queijo.

Em tempo, Banzeirando significa o movimento das águas a partir de uma ação sobre ela. Aquelas ondulações provocadas por um barco, pelo vento, pelo barranco que desmorona, pelo boto que salta e mergulha novamente, pelo ser humano que se banha, pelo teatro que navega e se desloca respeitosamente pelos caminhos da Floresta Amazônica. Evoé!

Vamo que vamo!!!

Márcio Silveira dos Santos

Grupo Teatral Manjericão

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