sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dia 27/11/2010 – Sábado / BANZEIRANDO – Uma Jornada Teatral pelos Rios da Amazônia / Diário de bordo e terra


Chegamos pela manhã no Distrito de Nazaré, em Porto Velho. Saímos para conhecer o local que resume-se a uma estreita faixa de concreto de três metros de largura que se alonga por toda localidade. Depois o concreto vira uma grande ponte de madeira rústica envelhecida pelo tempo. Depois volta a ser de concreto de termina esta avenida principal na mata, como se a floresta engolisse o que dali se seguia. Uma meia hora de caminhada no total. Era apenas 10h e o sol estava de arrebentar qualquer pele! Voltamos e encontramos Chicão que já havia definido o local para a apresentação à noite, devido à temperatura excessiva do local. Encontramos no caminho uma moradora, Dona Fátima, proprietária da única pousada do local. Ela nos levou a sua casa para presentear a Anelise com uma Cuia, o que no sul chamamos de Porongo, alguns lugares é cabaça. Dona Fátima nos levou para ver a árvore de cuias e Anelise escolheu qual, na seqüência Sidnei Oliveira colheu a cuia. Anelise voltou à noite para pegar as cuias, ganhou duas, uma grande e outra pequeninha. Já limpas e cortadas. Foi um dia que passou muito rápido, mal almoçamos e a produção já se preparava para montar refletores de luz num bar gentilmente cedido por Dona Margarida e seu esposo Getúlio. Casal que arrasou durante as apresentações.
Antes da função Léo soltava fogos de artifício, uma das formas de chamar a atenção da população para os eventos. O público foi se achegando, em sua maioria adultos, fato que possibilitou que Tancredo e Nivaldo partissem para a fuleragem com os personagens Velho Justino e Guadalupe de Monteserrat. No meio da apresentação do Tancredo voltou um cidadão conhecido como Ceará, usava camisa do Corinthians, e sempre numa situação que não era mais bêbado e sim trêbado! Cambaleando pediu pra contar uma história ou piada. Tancredo permitiu, mas antes perguntou se alguém trouxe o limão, pra equilibrar a cachaça pura que lhe deixava tonto também. Ceará contou uma piada, metade para o público e metade para o Justino, mas todos aplaudiram e saiu dali feliz da vida. Depois na apresentação da Guadalupe ele voltou, queria contar uma piada, Nivaldo deixou, mas a Guada encarava o rapaz que ficava nervoso e tímido. Ceará abraçava e grudava a Guadalupe à medida que se envergonhava. Nivaldo aproveitou e abraçou o Ceará, que grudava o rosto na altura dos seios da Guada, o público delirava na fuleragem. Enfim contou uma piada toda com voz baixa e rindo demais, poucos entenderam, mas mais uma vez batemos palmas e saiu ovacionado. Estes momentos não serão esquecidos tão cedo em Nazaré. Fim da função, agradecemos feitos e partimos pra janta. Amanhã cedo aportaremos no Distrito de Santa Catarina ainda em Porto Velho.
Vamo que vamo!!
Márcio Silveira dos Santos
Grupo Teatral Manjericão

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