Dia clareou em São Carlos, ficaremos dois dias por estas bandas. Estamos no quarto dia da Jornada, ainda em território administrado pela Prefeitura Municipal de Porto Velho. Chicão na Quinta-Feira pela manhã foi às comunidades agendar apresentações, hoje o Manjericão apresenta O Dilema do Paciente à tarde na Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Dias e a noite será a vez do Tancredo Silva com o Velho Justino.
A localidade de São Carlos é um pouco maior que Cujubim. Há ruas de pisos de concreto, estreitas com três metros de largura. Não há carros, somente motos e bicicletas. Uma quantidade grande de quadras e no centro há uma praça central, que só tem espaço para a placa dizendo praça central, junto há uma agência dos correios, a escola e dois mercados, um cemitério pequeno e um campo de futebol. Mas o povoado em si é agitado, há um bar noturno, entre tantos, chamado Xana’s Bar, fica lotado de sexta a domingo. Foi lá que agitamos o esqueleto por duas noites.
Na sexta-feira Léo apresentou pela manhã e tarde na Escola e a noite realizamos apresentações de todos no largo da Igreja Matriz.
Como no Manjericão todos somos professores também, tenho que relatar aqui o descontentamento de um fato nesta escola e que ocorre muito quando acontecem apresentações em escolas. Geralmente os professores aproveitam o tempo para realizarem reuniões, discussões, planejamentos, exatamente durante as apresentações artísticas. É uma lástima! Professor tem que fruir arte, manter a apreciação e reflexão estética e crítica. Se permanecer este pensamento e atitude, eu pergunto: - Que tipo de aluno estará formando? Ele será um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres neste país de tantas desigualdades sociais? Não somos depósitos de corpos onde largam os alunos deixando a cargo dos artistas ocuparem o tempo destes! A Anelise chamou a atenção dos professores para este fato quando soube, após a apresentação, que estavam em reunião. Fora isto a apresentação foi muito divertida, numa área coberta, pequena, mas que permitiu uma grande aproximação do público com a trama das peripécias do palhaço Brigela na busca de solução para as manchas azuis pelo corpo.
As 20h iniciamos um cortejo até o largo, Léo foi o apresentador e realizava mágicas nos intervalos. O Grupo Teatral Manjericão apresentou primeiro, depois o Tancredo e por último o Nivaldo com a personagem Guadalupe. O público foi bom, com certa dificuldade de participação quando convidados, mas nada que os artistas estradeiros não conseguissem contornar. Fechada a noite de apresentações comemoramos no Xana’s Bar. Na manhã seguinte partimos para o Distrito de Nazaré.
Vamo que vamo!!
Márcio Silveira dos Santos
Grupo Teatral Manjericão
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